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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mestre - Starcraft - Eu bem que queria que fosse diferente...


Galera, juro pra vocês que eu tentei fazer o meu melhor, mas não deu.

Eu queria começar esse post falando da minha querida campanha de Starcraft, com regras variantes do TRINITY, da White Wolf. Mas eu decidi antes fazer uma sessão de jogo, dessas de final de ano, que eu sempre tento fazer pra dar presentinho pros personagens e pros jogadores.

Só que o tiro saiu pela culatra...

Eu achei que era um bom momento pra reunir o pessoal, agora, dia 26/12, curtir a reunião de fim de ano, dar abraços nos amigos e rolar uns dados. E, de quebra, recomeçar a campanha Sci-Fi que eu tava me amarrando com o pé direito. Com novo arco de história, com novo fôlego e novos conceitos. Mas acho que o clima da campanha ficou pesado depois de uma indiscutível manobra suicida por parte de um dos jogadores.

Como eu acho que essa campanha não tem salvação depois do ocorrido, vou apenas escrever aqui um resumo do primeiro arco de história e minhas idéias para o segundo arco. Depois conto o desfecho da última sessão e deixo vocês - provavelmente - com a mesma sensação de frustração que eu.

RESUMO DAS SESSÕES ANTERIORES

Quando resolvi mestrar uma campanha de Sci-Fi, acho que me deu um estalo daqueles ao perceber que a ambientação de Starcraft é excelente para se fazer quase todo tipo de aventura. Pode-se ver ali reflexos de StarTrek, de Star Wars, de Exterminador do Futuro, Matrix, Stargate, Babylon 5, Alien, Firefly, Eu Robo, Minority Report, Tropas Estelares, entre muitos outros exemplos de ambientação, e mesmo assim mantendo sua identidade forte. Claro que o lançamento do Starcraft 2 foi - digamos assim - um incentivo a mais.

Bem, minha idéia a princípio era de fazer um grupo de foragidos, que precisariam uns dos outros para sobreviver no ambiente hostil que se apresentaria. Fiz mais ou menos isso, com leves adaptações, mas não posso dizer que tenha dado realmente certo.

Os personagens eram: um Mariner experiente e mercenário (Alvaro), uma Médica especialista em tortura e contra-espionagem (Vivi), uma Sniper Ghost para infiltração pesada (André), um Rogue Assassino (Ximu) e um Tecno-especialista (Marcos).

No começo, eu fiz o mais natural pra mim, peguei as origens separadas dos personagens, amarrei todos na mesma trama e fui apresentando um por um, enquanto todos iam passando por situações atípicas.

O Rogue estava em um comboio de três gigantescas naves cargueiras, que serviam, entre outras coisas, de transporte de prisioneiros para o planeta-prisão. Ele estava sendo forçado a viajar para esse planeta-prisão para servir de testemunha contra um grande traficante interplanetário. Lá, nesse cargueiro, ele se deparou com movimentações estranhas de alguns membros da tripulação. E decidiu investigar...

Sem saber dessa estranheza, a Ghost estava escondida na mesma nave, pois havia recebido uma missão de investigar rumores de incursões alienígenas no setor do planeta-prisão. Na minha ambientação, nem os Zergs ou os Protoss foram vistos por humanos, já que eu mestrava no espaço da Terra, e não da colônia terrestre que já conhecia esses aliens no game Starcraft. Os humanos, que já tinham conhecimento desses aliens no longínquo setor do jogo, não achavam que estariam tão perto do contato deles aqui. E no caso dos Zergs, principalmente, o contato significava conflito na certa.

Ouvindo os mesmos rumores, o Tecno tentava obter qualquer possibilidade de adquirir artefatos Protoss, e seguiu seus instintos de viajar para o mesmo setor da Ghost. O engraçado é que ele também viajava incógnito, pois não queria que ninguém soubesse dessa caça ao "tesouro".  E foi assim que três dos personagens estavam juntos logo de cara. Claro que nem o Alvaro ou a Vivi tinham feito personagem ainda.


Bem, depois de um ataque de bandidos, que pretendiam soltar o traficante preso, muita coisa aconteceu e os três personagens acabaram por se conhecer e saber suas especialidades.

Chegando no planeta-prisão, logo viram que 'rumor alienígena' era pouco para o que estava acontecendo de verdade ali. Zergs modificados estavam sendo introduzidos no planeta para estudos de controle mental deles a distância. Esses Zergs eram do mesmo tipo que eram estudados em segredo a mais de sessenta anos pelo United Earth Directorate (o grupo que controla e rege a Terra e suas colônias próximas), desde o contato dos humanos com sua colônia perdida do setor Koprulu, a Confederação Terrana. Essas experiências já era feitas a muitos anos, mas os Protoss souberam dessa 'infestação' e pretendiam destruir o planeta. Essa aparição surpresa dos Protoss é que era o rumor tão comentado.

Depois de quase dois meses de combates e escaramuças, os personagens chegaram a se unir com um grupo que sabia dessa manipulação Zerg e que era contra tudo isso, fazendo contato direto com o grupo avançado Protoss. E foi aí que entraram a Médica e o Mariner da Vivi e do Alvaro, respectivamente.

Fiz os personagens passarem até por tortura, além de alterações genéticas de alguns. Mas o pessoal curtiu de montão e o resultado foi positivo. O grupo ficou razoavelmente unido, apesar de eu ter percebido que nenhum dos personagens realmente era um amor de pessoa.

E foi isso. O primeiro arco de história teve guerra, morte, tortura e aliens, mas no final todos curtiram. E eu consegui apimentar a ambientação com a nata do Starcarft. O futuro era promissor, principalmente com inúmeras possibilidades sci-fi pra explorar.

Aí, resolvo fazer o novo plot. Com direito a andróides copiados de pessoas chave, complô pra assassinar os personagens - que tinham adquirido poderes alien de artefatos Xel'Naga - e tinha até a ideia de um dróide que arruma consciência e resolve tomar o controle mundial pra sí, a lá Terminator. Mas o Marcos colocou seu Tecno pra fazer um teste de teoria de viagem quântica dentro de uma dobra espacial... e sem avisar ninguém.

Bem, eu tentei pensar em qualquer coisa. Até acochambrar e fazer a galera conseguir algo legal disso... mas acho que não vai rolar. Testar uma teoria de transporte sem base anterior, sem ser em laboratório e sem ter instrumentos capazes de analise de revezes disso é quase como se Einstein tivesse dividido o átomo na sala de estar dele, só porque a teoria era possível. Ele seria vaporizado pela explosão atômica... E o que falar disso aí que aconteceu com os personagens?

Em nenhuma das minhas tentativas de facilitar essa sandice me deixou satisfeito - mesmo que remotamente - com o resultado. Adoro os personagens, curto o tema sci-fi, mas não acho que conseguiria mestrar com a mesma graça se eu deixasse passar essa doideira do Tecno em jogo. Parabéns pro Marcão pela tentativa, mas acho que é isso... Foi um fim bem bizarro!

Agora, só voltando pra um cenário de fantasia pra esquecer isso até a pilha do sci-fi voltar.

Ou alguém tem alguma idéia que não me ocorreu???

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Jogador - D&D 2ªEd - Mundo de Cabal - Segunda Aventura


Olha, eu sei que parece doideira minha, mas eu estou acostumado em falar na primeira pessoa quando falo das minhas aventuras com o Borer, então não fiquem grilados. Ok?

Bem, na segunda sessão de jogo, nosso "Amado Mestre" achou que tinha ladrão demais no grupo (basicamente eu) e decidiu botar uma coleira chamada Paladino sempre ao meu lado.

Nessa aventura, a gente tinha que ir rapidamente para o forte mais próximo, avisar da proximidade de tropas da Horda Orc. Simples assim, mas nem por isso fácil.

O velho padre que casou a minha irmã (do Borer) tinha chamado uma dupla de paladinos que residia na vila próxima, solicitando a eles que protegessem a carta que ele havia escrito ao Forte do Falcão Negro, centro de treinamento desses paladinos e centro de defesa de toda a região.

O casal de guerreiros santos - eram parentes de algum tipo, apesar do mestre não deixar isso tão evidente, e nem os nomes deles o cara nos dava - sabiam da importância da carta e aceitaram na hora, mas pediram ajuda no transporte, pois grupamentos grandes de orcs estavam passando por ali, e apenas dois deles não seriam páreo para suas lâminas nojentas.

Então, um conselho foi feito e voluntários surgiram, com corações valorosos (alguns nem tanto, já que eu saí de casa, revoltado com o casamento da minha linda irmã com um humano).

E a galera partiu pro abraço. E quase abraçamos foi a Dona Morte...

Introdução

Todos na minha vila, inclusive meu pai, estavam nervosos com as forças inimigas passeando tão perto de nossos lares e nossas famílias. Os mais capazes formaram um grupo para proteger a carta de pedido de socorro por parte do sacerdote da vila (que eu mesmo batizei de Vila dos Moínhos, já que o mestre não deu nome também).

Os Personagens e os Jogadores

- Borer, elfo ladrão e guerreiro, meu personagem...

- Silvian, humano e ranger, personagem do Silvio Muranaga.

- Focus, elfo mago, personagem do Claudio Bustamante.

- Kris, meio-elfo bardo, personagem do Hélio Bustamante.

- Solvan, humano e ranger, irmão do Silvian, personagem do Claudio Sucuri (agora me pegou, não sei se o nome dele era esse mesmo, mas agora vai esse).

- Personagens sem jogadores, que o mestre colocou no grupo: Paladino, Paladina e Morgana (minha irmã não se pilhou de jogar com ela e largou de mão, preferindo ficar de bate-papo com a Gabriela, sem personagem nessa sessão).

Aventura

Simplesmente atravessar uma pequena cordilheira que separa a Vila dos Moinhos e suas vizinhas do Forte do Falcão Negro. Quatro dias de viagem, se não menos, se fôssemos de cavalo. Mas a cordilheira não era muito boa para cascos e ferraduras. Levaríamos o dobro do tempo, além dos problemas na travessia, que sabíamos que iria acontecer.

Encontros e Dificuldades

1 - Choques de personalidades, entre quase todos os personagens, que ainda não tinham convivido juntos algum tempo real. Sem contar na pentelhação dos paladinos comigo...

2 - Um pequeno grupo de salteadores, querendo vingança pelos seus amigos mortos no cemitério da aventura anterior.

3 - Vários lugares da trilha estavam gritantemente depredados, para dificultar a viajem de quem quer que fosse. Provavelmente obra dos batalhões da Horda. Nessa hora a gente sentiu de verdade a força do inimigo, pois centenas de rastros passavam por ali, além de avalanches e desabamentos propositais serem parte da vista, enquanto o senso de urgência aumentava.

4 - Uma bifurcação na trilha levava até uma caverna natural. Nela estavam 20 oponentes, aparentemente descansando para seguir viagem. Orcs safados...

5 - Três gigantes da ravina tinha sido atraídos pela bagunça das tropas orcs e demos de cara com eles. De cara, de espada, de escudo...

6 - No pico do monte, avistamos o forte. Ele já estava sendo sitiado. Achamos que os orcs estavam passando por nós para chegar a eles, mas era exatamente o contrário. Os orcs mais rebeldes estavam saindo de formação e atacando e pilhando vilarejos mais distantes. Na dúvida de seguir ou voltar, um destacamento de soldados do forte passou pela gente e requisitou - na marra - voluntários para trabalhos paralelos na defesa da área.

7 - Chegamos numa 'ponta de lança' do forte, em uma elevação da estrada. Lá, refugiados aos montes tentavam seguir para lugares mais pacíficos. E descobrimos, para nosso horror, que muitos dos refugiados estavam desaparecendo na viagem durante a noite. O que estava acontecendo com eles? Isso não podia ser obra de orcs desorganizados...

8 - Investigando isso entre os escroques que se espalhavam e se aproveitavam da boa gente, encontrei um grupo de pessoas que estava usando o desespero das pessoas em escapar para seqüestrar e escravizar jovens. Eles pensavam que não iria ter grande procura, já que uma retirada geral era necessária. Tentei me infiltrar nessa guilda de meliantes, mas Kris também chegou no mesmo lugar que eu e havia sido capturado. Sem possibilidade de me avisar, o cara foi torturado e me dedurou no final. Fui pego como escravo também... E esse foi o fim da sessão!

Desfecho da Sessão

Não entregamos a carta, que se mostrou inútil depois do que presenciamos. Também viramos um grupamento de guerrilheiros improvisados. E eu e o Kris fomos capturados por uma guilda de bandidos escravagistas. Bonito! Mal podia esperar para a próxima... e meus amigos também.

Observações

Tudo o que eu me lembro aqui está, óbvio, um pouco anuviado pelo tempo. As vezes eu esqueço um nome, as vezes, uma descrição. Mas a aventura como um todo está encravada na cabeça, portanto, mesmo que eu faça pequenas adaptações e - claro - algumas correções de coerência (acho que eu explico melhor tudo o que aconteceu agora, do que o mestre fez na época, o que eu nem sei se ele realmente se preocupou em fazer, mas eu quero contar uma história embasada aqui)...

Na próxima,... muita gente morrendo! Hehehehehe!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mestre - MARVEL SUPERHEROES - Primeira Vez Mestrando - Paixão por Contar Histórias


AHAHAHAHA!!!

Agora eu vou contar pra vocês a minha primeira vez como mestre. Eu sou tão sem noção que resolvi mestrar assim que conheci RPG. Joguei D&D no sábado e na terça eu já tinha minha cópia xerox de MARVEL (é, sou da famigerada Geração Xerox).

Aprendi a fazer personagem enquanto lia, criei mais de cinquenta personagens no primeiro dia, odiei o sistema de rolagem randômico, criei minhas próprias regras (e nem sabia o que era mestrar ainda), chamei os amigos que tinha jogado o D&D e curtiam quadrinhos e saí rolando dados.

Ridiculamente engraçado, apesar de ter sido um tremendo aprendizado. Existem algumas liberdades no que estou contando aqui, pois faz muuuito tempo que mestrei isso, e dezenas de anos de mestragem a mais...

E vamos pra primeira história!

Introdução

Idéia simples e rápida, pra testar o sistema e ver como funcionava o mundo de heróis manipulado por mim... UHAUHAUHAUHAUHAUHA!!! Eu queria demais poder criar minhas próprias aventuras dos meus heróis preferidos.

Os Personagens e os Jogadores

- Supertron, herói de armadura cibernética estilo Homem de Ferro, com capacidade de correr em supervelocidade, resistir a energias diversas, mente computadorizada e força e resistências similares ao do Stark, já que era mesmo tecnologia roubada dele. Personagem do Sergio Cabal.

- Geleira, mutante com capacidade de congelar as paradas, como o Homem de Gelo dos X-Men. Nada original, a não ser que ele controlava água também, mas só usava isso quando o gelo era ineficaz na luta. Personagem do Hélio.

- PK-23, andróide metálico, criado pela mentora tecnológica do Supertron. Tinha vários poderes de energia e resistências. Um dos mais poderosos do grupo, além de sempre conseguir fazer as coisas darem certo pela lógica. Personagem do Silvio Japa.

- Solstix, outra armadura criada pela mentora do Supertron. Essa tinha capacidades de gerar calor e fogo, além de voar. Esse personagem era do Jacques, amigão da escola, que só jogou a aventura introdutória. Teve que sumir da galera por causa da saúde do pai, acho.

- A Gabriela fez a Dama da Noite, personagem voltada para a Força Negra do Universo Marvel, mas ela não curtiu muito e só jogou a aventura introdutória. Depois ela fez umas dez personagens até acertar.

Aventura

História de origem. Supertron, que ainda não era herói e era apenas conhecido por Leonard Tronn, tinha uma mentora, uma mulher visionária, que trabalhava para a Stark Internacional e, paralelamente, tinha uma empresa de equipamentos tecnológicos complementares, com contrato com a própria empresa do Tony Stark. O nome dessa mentora era Jane Mckay.

McKay era detentora de várias patentes derivadas da Stark, e possuia em seu cartel a inteligência artificial usada na própria Mansão do Vingadores.

Então, um vilão chamado Aniquilador Negro (criação própria, com poderes da Dimensão Negra) resolveu roubar os protótipos da McKay Technologies e usar em suas próprias criações nefastas, matando no processo a mentora de Tronn.

Encontros e Dificuldades

1 - O Aniquilador Negro foi o primeiro grande oponente, pois Tronn ainda era só um civil, acabando por não conseguir evitar a morte de sua professora e amiga.

2 - Ligando o Pk-23, andróide experimental de resgate e apreensão que deveria ser designado para a SHIELD, Tronn solicita ajuda na construção de uma armadura que pudesse rivalizar com a do vilão. Construiu duas possibilidades com o equipamento do laboratório de McKay. Uma acabou ficando para o segurança do laboratório, Devon Solis, que queria ajudar a prender o assassino.

3 - O treinamento relâmpago com os trajes, usando o andróide como oponente. Chamaram a atenção do mutante a paisana Lucas Icick, o Geleira, que se prontificou a ajudar o grupo, adorando se sentir heróico.

4 - Rastrear a tecnologia e montar uma estratégia eficiente. Essa foi a parte fácil!

5 - Enfrentar o Aniquilador Negro em seu covil cheio de defesas especiais. Esse covil ficava em Coney Island, debaixo de um parque de diversões, se aproveitando de uma antiga base do Arcade. Mas o sistema anti-falhas do traje do Aniquilador abriu uma brecha dimensional, que sugou todos para um lugar sinistro.

6 - Enfrentar os Sem Mente da Dimensão Negra, os soldados de Dormammu, uma seita de feiticeiros arcanos (onde libertaram a Dama da Noite, da Gabriela), buscar um portal para retornar ao Mundo Material e encarar o Aniquilador Negro bombado na frente do portal. Nessa hora, a Dama da Noite foi essencial, mas não sei o porquê de não ter agradado a jogadora.

Desfecho da Sessão

Essa sim, foi uma pancadaria desenfreada, sem chance para pensar. A galera adorou!!!

E eu também. Nunca tinha mestrado e foi como se tivessem tirado uma venda da minha cara. Enxergava o mundo com outros olhos a partir dali!

E foram MUITAS outras histórias depois disso.

Observações

Nasci pra jogar RPG e pra mestrar, mais do que nunca. Desse hobby eu não pretendo me desfazer jamais.

Vão ter que me tirar da mesinha do carteado dos velhinho lá na praça, quando eu tiver vovô, para que eles possam jogar seu buraquinho. Porque eu e meus amigos, todos gagás e enrugados, vamos rolar muitos dados por lá depois dos nossos setenta!!! HEHEHE!


Jogador - D&D 2ªEd - Mundo de Cabal - Início de tudo...

Agora eu vou contar pra vocês como foi que eu caí de para-quedas no fantástico e maravilhoso mundo do RPG.

Como todos os meus amigos sabem, eu sempre curti demais quadrinhos, a ponto de querer ser desenhista e escritor, de tentar diversas vezes reunir uma galera pra discutir e produzir algo que fosse interessante pra nossa alma de fã, entre outras empreitadas nesse estilo de expressão.

Aí, quando eu tinha dezoito anos, veio um cara esquisitão, com um livro cheio de ilustrações e viajando numa história de que eu poderia fazer parte diretamente de tudo isso que eu tanto adoro. Que eu tinha a capacidade inclusive de criar minhas histórias e entreter um monte de gente... AH! Nessa hora, meu camarada, eu já não queria saber de mais nada, senão cair de cabeça nesse treco de Roleplaying Game. Isso foi em 1989...

Criei me personagem, um elfo (que eu achava que seria igual ao Noturno, dos X-Men), coloquei o meu apelido de infância no nome do figurinha, Borer (meu apelido é um pouco complicado de explicar) e caí dentro de um grupo de malucos que nem eu, em volta de uma mesa cheia de dados estranhos e folhas de papel de vários tipos.

Mas vamos à aventura...

Introdução

Como não podia deixar de ser, um monte de esquisitões que nunca viu isso antes tentava prestar atenção no mestre do jogo, o Sergio Martins, mais maluco que todos juntos. Mas foi legal pacas, pois tinha também duas meninas novatas e - admito - sem elas presentes, acho que eu ia embora, pois era muito muleque com barba pra fazer e cara de idiota junto. E eu tô me incluindo nisso, hehehe.

Os Personagens e os Jogadores

- Meu personagem, o elfo da floresta Borer D'Allinor, ladrão e guerreiro, que já tentei até fazer quadrinhos com ele (saiu na Metal Pesado e na extinta Roleplaying Magazine, faz uma data). Ah, e pra quem não sabe meu nome - Charles Bertho.

- Silvian, humano, ranger e forte bagaray - era personagem do Silvio Muranaga, o japa mais safado que já encontrei, amigo da escola.

- Leanna, meio elfa, louca a pampa, ladra em tempo integral - personagem da Gabriela Pirralho, que na época namorava o outro ranger da roda, o Claudio Ferreira, conhecido mais como Sucuri, que entrou na aventura seguinte.

- Morgana, elfa maga, meio sem graça - personagem da Nicinha Bertho, minha irmã (que não curtiu muito jogar RPG e só aparecia esporadicamente).

- Focus, o elfo mago mamateiro - do Claudio Bustamante, amigão da época do CPII, falecido prematuramente. Que Corellon o tenha!

- o bardo meio-elfo, que vou chamar de Kris, pois eu não lembro mais o nome (vou ficar devendo essa), do parceirão Hélio Bustamante, irmão do Claudio.

Aventura

A aventura se passa num mundo próprio, ainda sem nome (posteriormente chamado de Mundo de Cabal), num ambiente sem mapa (feito na hora, enquanto a gente ia jogando) e com uma aventura beeem introdutória.

A irmã do Borer (??? nem sabia que tinha irmã) ia se casar com um humano. E a festa ia ser grande, daquelas nunca vistas na pequena vila perto da nossa fazenda (de uvas, para fazer vinho por lá mesmo). Todos os personagens eram criados nas redondezas e foram lá para o boquinha livre. O Kris ficava enchendo o saco com musiquinhas de romance, mas era o papel dele de bardo.

O Silvian tava fazendo as vezes de lenhador e tinha acabado de chegar com um monte de lenha pra fogueira da festa, quando um moleque veio correndo do Templo do Sol (ainda não tinha descrições de deuses desse mundo) e gritava que o sacerdote que iria celebrar o casamento tinha desaparecido, com um rastro de sangue na parte de trás do templo, que seguia na direção do cemitério.

O Silvian pegou seu machado e disse que ia ver o que tinha acontecido, mas um grupo maior se prontificou a ir junto. Inclusive eu, que não tava a fim de ouvir minha irmã chorar a noite toda porque não casou com o humano de estimação dela (Borer sempre foi racista).

Daí pra frente, foi só porrada na venta de todo mundo... hehehe!

Encontros e Dificuldades

1 - O primeiro encontro do pessoal foi um grupo de bandidos que usava o cemitério de base e que estava ali na hora errada. Entraram no cacete e nem tinham visto sacerdote nenhum. Mas eles sabiam de umas catacumbas antigas que diziam ser assombradas, uns dois quilômetros adentro da mata.

2 - Como o Silvian era o ranger, além dele dizer que já conhecia o local (que parecia mesmo de mal agouro), ele foi guiando o grupo. Pedreira foi encarar uns ursos famintos no caminho.

3 - Chegando nas ruínas, percebemos que estavam sendo usadas, pois a terra tinha marcas recentes, e algumas gotas de sangue (que deviam ser do sacerdote) arrematavam nossas suspeitas.
Foi quando encaramos orcs. Oito deles. Foi punk, mas deu pra encarar.

4 - Decididos, entramos na marra e achamos um calabouço antigo, onde o sacerdote estava. O velho tinha um galo enorme na cabeça e cortes no braço direito, que sangrava. Ao lado dele estava um orc diferente, cinzento e enorme, cheio de cicatrizes antigas e novos ferimentos graves recentes.

Os orcs queriam o sacerdote para que ele usasse seus dons de cura e salvasse seu líder, um tenente do exército da Horda Negra. Mas já era tarde quando ele chegou e o líder estava morto. Os orcs que enfrentamos estavam decidindo o que fazer em seguida, além de matar o velho padre.

5 - Outro grupo de oito orcs chegou, procurando o líder, e fomos pegos desprevenidos, pois já tínhamos gasto toda a nossa capacidade de cura, seja por poções ou por bandagens. Além dos magos estarem exaustos. Foi quando tivemos que ir mais para o interior das catacumbas e tentar escapar por outra saída.

6 - A parte do 'local assombrado' veio nessa hora, que afugentou os orcs, mas tivemos que encarar nada menos que seis esqueletos e dois zumbis. Nessa hora foi que eu vi que o Borer ia ser o personagem mais legal que eu ia ter. Ele ia destrancar uma porta de ferro para que todos passassem e conseguissem fugir dos zumbis, mas a Gabriela ficou doida e fez a Leanna me empurrar e usar as habilidades dela, só pra ganhar mais XP. Aí, hehehe... zuei muito ela depois... tinha uma armadilha de alçapão, que nenhum dos dois verificou (falta de experiência de jogo mesmo) e então - CABAU (onomatopéia ridícula gentilmente cedida pelo mestre, e daí o apelido)- ela se estabacou e morreu nas pontas envenenadas lá embaixo.

Então, por pura sorte, não fui eu quem se estabacou. Podia ser impressão de novato, mas curti muito mais o personagem a partir dali...

Desfecho da Sessão

A aventura terminou com o pessoal retornando com o sacerdote lanhado, tonto, ferido e vivo pra casar a moça histérica e 'bridezilla'. E os outros convidados que foram salvar o velho pareciam mais massa de pão sovado, sem forças de curtir qualquer coisa que não fosse uma boa noite de sono.

Pra primeira aventura, meus camaradas, foi muito legal. E cativou bastante o pessoal todo. Ponto pro Sergio, que depois da onomatopéia usada na armadilha que matou a Leanna, e em outras sessões, virou Sergio Cabau (que ele rapidamente transformou em Cabal).

Observações

Curti de montão! E como era tudo novidade, nem liguei de não ter mapa, ou mundo, ou até deuses. Mal podia esperar pra conhecer o outro jogo que tanto ouvi falar naquele dia, o MARVEL SUPERHEROES.

Mestre - Forgotten Realms - Campanha Lendas dos Reinos - Segunda Aventura



Introdução

Continuando nossas reminiscências de longa data, coloco aqui agora uma das aventuras mais sem-noção que eu já mestrei, mesmo que tenha ficado muito maneira no final.

Os Personagens e os Jogadores

O grupo se consolidou nos personagens mais atuantes da sessão anterior e nos jogadores mais pilhados, conseqüentemente.

Adrisha, Drux, Thorian, Liaky e Pandarth estavam nos cascos com a situação da morte da princesa. E os jogadores Luli, Brás, Ximu, Diogo e Ronaldo pareciam ter desenvolvido uma afinidade boa em pouco tempo juntos.

Aventura

A idéia era fortalecer o sentimento de perda e de justiça, levando o grupo a encontrar um grande covil de orcs perto do Vale da Adaga, com mais de 250 inimigos.

O ano era 1367, O Ano do Escudo, nos últimos dias do mês de Hammer.

Encontros e Dificuldades

1 - Seguir as pistas e rastros deixadas pelos orcs da sessão anterior até uma caverna fortificada, encontrada no paredão das Montanhas da Boca do Deserto, quase na entrada do Vale da Adaga.

2 - Encarar algum problema com possíveis encontros dentro desse covil. Mal sabia eu que só tinha louco jogando. E que iriam encarar mais do que alguns encontros com patrulhas internas, pois iriam chamar TODOS os 250 pra confronto direto.

3 - Encontrar novas evidências incontestáveis de que um traidor manipula os eventos contra Cantilis.

4 - Sentir a urgência de ir até a cidade élfica para maiores investigações.

Desfecho da Sessão

O grupo se armou e se protegeu o suficiente para encarar um pequeno exército, e foi o que aconteceu. Com o dinheiro da comitiva de Alandrielle recuperado, compraram armas especiais e armaduras na Torre Retorcida de Ashaba, a pedido da própria Adrisha.

Então eles seguiram rastros de vandalismo e depredação desde o esconderijo do grupo que havia matado a comitiva de Alandrielle até a caverna dos orcs, que seus habitantes chamavam de Lugh Ukt Hai, ou Grande Buraco Fedorento.

Lá, aproveitando-se dos corredores estreitos, chutaram o pau da barraca e chamaram os bichos pra porrada, todos os 250 que estavam no Grande Fedorento. E não fizeram feio, apesar de chegarem perto do desespero... Como todos eram toscos e de força descomunal, conseguiam matar facilmente todo orc que chegava pelo corredor, que só cabia dois por vez. E revezavam no combate, se afastando e deixando corredores cheios de cadáveres.

Quando os orcs perceberam que tinham já menos da metade do seu grupo, acharam que o inimigo era muito maior do que esses cinco loucos. E se entregaram... (eu já tava cansado de rolar esse combate interminável, já que eles realmente matavam dois orcs por rodada na espadada e mais dois por flechada - de bobeira, eu mestrei um massacre de 140 orcs)

Foi quando o grupo encontrou na cavidade da caverna que os líderes dos orcs guardavam tudo o que eles tinham de mais importante. Desde um pequeno tesouro, muito bem aceito pelo grupo, até a papelada com movimentações detalhadas de tropas de ataque contra Cantilis. E suas defesas e fraquezas, que só poderiam ser descobertas por quem lá vivesse.

Era hora de retornar a cidade, e de Adrisha dizer a seu pai sobre a morte da irmã.

Observações

Fiquei cansado com o combate, mas os jogadores podem levar essa pra casa... Realmente estriparam, sem eu facilitar, um exército de orcs. Usando nada mais do que tática e ambiente.

Mas a trama tava andando. Mal esperavam pra ver...